A família de José Maria Marin não quer que ele arque sozinho com todas as despesas do processo que está respondendo, além das garantias financeiras para a Justiça norte-americana para poder aguardar a decisão no apartamento que tem na Quinta Avenida, em Nova York, e não na prisão.
O dirigente, que presidiu a CBF de março de 2012 a abril de 2015, foi preso em maio na Suíça e agora aceitou ser extraditado para os Estados Unidos, onde está sendo investigado pelo FBI.
Ele era o vice mais velho de Marco Polo Del Nero, atual presidente da confederação, assim como Del Nero foi o vice mais velho quando o próprio Marin comandou a entidade.
Marin é acusado de corrupção, inclusive recebimento de propina e suborno na venda de direitos de marketing de competições, como a Copa América, e é suspeito de ter compartilhado a grana com terceiros.
Para a Justiça norte-americana deve ter que disponibilizar, de cara, uma garantia milionária, estimada em mais de R$ 50 milhões. Só com advogados já teria gastado cerca de R% 5 milhões.
A família de Marin, no entanto, não quer pagar a conta sozinha e espera ajuda da CBF e de seu presidente, Marco Polo Del Nero, que não saiu mais do Brasil desde que Marin foi detido em maio.
O deputado Campos Machado (PTB-SP), amigo e correligionário de Marin, estaria dando uma força aos familiares, mas Del Nero tenta se distanciar cada vez mais de Marin, o que tem irritado a mulher e o filho do dirigente, que foi afastado do futebol.
Apesar de os advogados de Marin dizerem que ele não aceitou a delação premiada e ainda estaria jurando inocência, a ideia é colaborar com a Justiça norte-americana e dar nome aos bois, especialmente sobre aqueles com quem teriam dividido suborno e propina.
Marin deve permanecer a maior parte do tempo em seu apartamento na Quinta Avenida em Nova York junto com sua esposa, que o teria visto apenas três vezes desde que foi detido em maio, embora haja versões conflitantes que digam que ainda não o viu e se comunicou com ele somente via advogados.
Enquanto no exterior a coisa anda, embora agora com regalias a Marin, a CPI do Futebol no Congresso segue, pelo jeito, a passos de tartaruga, o que é uma pena.