Dois dirigentes do Comitê Olímpico Internacional com os quais tenho contato disseram que a entidade estuda obrigar o país que se candidatar a receber a Olimpíada a realizar um referendo para a população decidir se quer ou não abrigar os Jogos de Verão ou Inverno.
Um dos motivos é o que tem acontecido com o Rio, em que a Olimpíada tem sido vista com pessimismo, segundo pesquisas de opinião pública, por boa parte da população brasileira.
A ideia é que a realização dos Jogos tenha de fato apoio popular e que isso fique bem claro antes da escolha da cidade-sede e, na verdade, antes mesmo do lançamento da candidatura de cada país.
A pergunta ou, no caso, as perguntas a serem feitas no plebiscito ainda não estão claras quais serão. Não basta perguntar, afinal de contas, se o cidadão é favorável ou não aos Jogos, mas o objetivo é questiona-lo para saber se está disposto a pagar determinado custo para abrigar a competição, fora atender a todas as exigências do COI e as de seus parceiros comerciais.
Isso já foi feito em algumas cidades, como Munique, em 2013, quando os alemães decidiram não se concorrer pelos Jogos de Inverno de 2022, ou mesmo na Suíça, que caiu fora, após votação popular, e optou por não competir pelo mesmo evento.
Outra discussão sobre o possível referendo obrigatório passa por definir se será apenas na cidade-sede ou abrangerá todo o país. A tendência é que atinja todo o país especialmente havendo gastos públicos federais no orçamento. Se forem apenas locais, porém, o plebiscito poderá ser mais restrito.
O Rio, vale lembrar, foi definido como sede dos Jogos em 2009, quando pesquisas (mas não um referendo) indicavam apoio popular, que teria caído nos últimos meses com a forte crise econômico-política e os escândalos de corrupção que atingem o país.
Em 2020 os Jogos acontecem em Tóquio, no Japão. E os de 2024 terão sua sede definida em setembro do ano que vem, possivelmente já com a obrigação do referendo, embora o projeto tenha a oposição de parte da bancada do COI e possa acabar se tornando realidade apenas para os Jogos de 2028.
Além do plebiscito o comitê estuda diminuir as exigências para o país-sede e fazer Jogos mais enxutos, com menos glamour, menos gastos, maior transparência e a adoção de conceitos de sustentabilidade, algo que até agora tem ficado mais no discurso do que na prática.
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