Um dos diretores da CBF confidenciou a interlocutores próximos, semana passada, na sede da entidade, que a confederação ficou com a sensação de que Tite e sua comissão técnica erraram na Copa, mas que têm condições de fazer um ótimo trabalho para 2022, aprendendo com os equívocos cometidos.
Um deles teria sido em relação à convocação e a apostas em jogadores lesionados.
Outro foi a proximidade das famílias, que teria mais atrapalhado do que ajudado os jogadores.
Familiares acabavam levando suas preocupações para os atletas e também tudo o que fora se falava do time, criticado já na estreia contra a Suíça. E isso teria abalado o elenco.
O fato de o pai de Neymar ter tido o privilégio e o benefício de ficar no hotel da Seleção, ao contrário dos pais dos demais, também teria gerado mal-estar. Nem todos os jogadores acharam isso certo e houve divergências entre eles, não só em relação à presença do pai de Neymar, aliás, mas também em relação à forma de o time jogar.
Vídeo que causou desconforto em Neymar pai, mas também no filho, foi o de Tite, seis anos atrás, reclamando das simulações do jogador, então no Santos, e dizendo que ele não era bom exemplo. E que não era bom exemplo para o filho do treinador inclusive, filho de Tite que, aliás, fazia parte da comissão técnica.
No tocante aos privilégios que o pai de Neymar teve, a responsabilidade foi da CBF, que não quis bater de frente com o principal jogador do Brasil. Mas a exigência de ter Neymar pai mais perto do filho e do grupo foi acatada pela comissão.
Apesar dos problemas no Mundial, porém, o diretor da CBF insiste que Tite era e é a melhor opção. Pois ficar seis anos e meio à frente da Seleção demonstra “modernidade” e “planejamento” da entidade e serve como cala a boca para a imprensa, que costuma critica-la.
Fora que o treinador pode retomar o ritmo que conseguiu imprimir nas eliminatórias, conseguindo vitórias aqui e acolá, ainda mais com amistosos contra seleções que não estiveram na Copa, como serão os de setembro.
Já em relação à propaganda da Gillette, com Neymar dando sua versão sobre as simulações e o cai-cai, o dirigente disse que a CBF chegou a conversar com o pai do jogador, aconselhando que o craque volte a jogar bola antes de voltar a falar. Mas o pai de Neymar teria dito que a propaganda era boa e que a Gillette ainda paga bem. E ainda acha que foi uma boa resposta do jogador ao público, apesar da indignação de muitos nas redes sociais. Ou antissociais, como querem alguns.
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